8.1.09

Fragmentos de O Plano de Deus Para a Vitória, O Significado do Pós-milenismo, de R. J. Rushdoony


Temos um chamado, um Deus imutável, uma Palavra infalível.



Os amilenistas negam qualquer vitória na História e, assim, negam a própria forma e natureza da predestinação da História por Deus, de modo que a doutrina da predestinação deles se torna uma casca formal e vazia.



A geração do arrebatamento é a geração inútil.



A geração do arrebatamento não está interessada na lei de Deus, na reconstrução cristã por meio dela, no reinado de Jesus Cristo, nem nas doutrinas essenciais da Escritura.



É fácil aprovar algo quando isso nos dá crédito por sermos bons homens e exige pouco ou nada de nós. Nosso Senhor disse do mundo que sua atitude para com ele era simplesmente esta: “Não queremos que este reine sobre nós” (Lc 19.14). O mundo fica feliz com qualquer homem que diminua ou negue o reinado de Cristo. Paulo diz, contudo, que “convém que ele reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” (1Co 15.25).




Proclamar o reinado absoluto de Cristo e o exercício necessário do domínio pelos cristãos em termos da lei de Deus é declarar guerra ao mundo e incorrer em ira e hostilidade.



O tipo de religião que Billy Graham e Bob Harrington representam é prontamente aprovada por políticos corruptos e pelos meios de comunicação mercenários. Ela não desafia os seus sonhos de domínio sem Deus, e abranda os seus pecados com o verniz da respeitabilidade religiosa, com uma fachada de pietismo. Tais homens podem ter o ouvido de líderes nacionais, e pregar na Casa Branca e no Congresso sem atacar sequer um jota da marcha nacional em direção à degeneração e apostasia.




Muitíssimas pessoas estão prontas a culpar o Diabo por seus pecados, quando a verdade é que eles não precisam de nenhuma ajuda para cometer tais pecados, apenas uma desculpa.



Na Escritura, a única definição válida de “anticristo” é alguém e todos que negam Cristo ter vindo em carne (1Jo 4.3), isto é, todos os que negam a realidade da encarnação. A Bíblia não nos diz que o anticristo, uma pessoa, governará o mundo: isso é um mito, e um mito que exalta os poderes do homem contra os de Deus.



O humanismo é um mal; devemos batalhar contra ele em todas as fronteiras. Contudo, devemos lembrar que suas idas e vindas terão como resultado apenas promover o propósito de Deus e enriquecer o seu reino, pois nada acontece que não promova o reino de Deus e a glória final do seu povo nele e que não cumpra o seu propósito.



A salvação do homem não é o propósito último de Deus, embora uma parte do seu propósito declarado, mas a manifestação de sua glória e propósito em e por meio do homem.



Uma falácia central do pré-milenismo e amilenismo é a suposição comum de que a Queda, de alguma forma, frustrou o propósito original de Deus como apresentado no Éden. Mas Deus nunca é frustrado, nem o pode ser. Crer nisso é ser um humanista, e o humanismo, onde quer que esteja, deve ser estrangulado, pois assume que o caminho do homem pode prevalecer sobre o Caminho de Deus.



O pietismo produziu uma vida intelectual e vocacionalmente superficial. A prova da fé tornou-se uma experiência emocional, e, não surpreendente, as mulheres começaram a predominar nos círculos católicos e protestantes. A religião tornou-se um assunto de mulher, e os homens estavam cheios de pietismo e com pouca masculinidade.



O pietismo exaltou as pessoas medíocres e piedosas, que reduziam a fé a uma pura efusão de piedade e, por quase dois séculos, tem endemoniado o clero devoto com seus modos santarrões e pecaminosos. As pessoas medíocres evitam os pecados abertos, não porque amam e temem a Deus, mas porque são almas tímidas, que amam e temem as pessoas, e não ousam ofendê-las. Em suas mãos, a virtude deixou de estar associada com domínio e fortaleza, e passou a estar associada com fraqueza e medo.



O impacto da igreja quando ela confrontou Roma, confrontou os bárbaros, e, de novo, na Reforma, foi conquistar e subjugar reinos ao Cristo da Escritura e à sua lei-palavra infalível. Os reformadores eram homens do mundo: Lutero, um professor antes de tudo; Calvino, um advogado-teólogo chamado para reformar Genebra pelo concílio da cidade. A Reforma significa proclamar o poder salvador de Cristo e aplicar toda a Palavra de Deus a cada área da vida. Qualquer coisa aquém disso não é o evangelho.



O pós-milenismo restaura a lei ao seu lugar como a forma de santificação e um plano para a conquista



O pós-milenismo leva a sério o senhorio de Cristo. Ele não é apenas o Cabeça da igreja, mas o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Isso significa que ele é o Soberano de todas as nações e Senhor sobre todas as autoridades em cada área, e todas as coisas devem ficar sob os pés de Cristo no tempo bem como na eternidade.



visto que o mundo é entregue ao Diabo [como muitos pensam], o papel da igreja é ser, não apenas uma agência para salvar almas, mas também um convento, um retiro do horrível mundo ao nosso redor.



Os protestantes há muito têm criticado a idéia do monasticismo, mas, sob a influência dessas duas visões milenaristas [pré-milenismo e amilenismo], têm tornado toda a igreja num retiro do mundo, com exceção apenas do celibato sacerdotal. Os homens são convocados a abandonar o mundo e procurar refúgio na igreja. Nada é dito sobre estabelecer o reinado e governo de Deus em cada área da vida, pensamento e ação.



Existe um maniqueísmo implícito no pré-milenismo e no amilenismo. O mundo material é entregue a Satanás, e o mundo espiritual é reservado a Deus.



Alguns têm declarado ousadamente que o mundo pertence a Satanás, e são veementes em sua hostilidade a qualquer desafio contra essa idéia. Eles caem numa forma de Satanismo, atribuindo a Satanás este mundo e todas as coisas dele. Isso não é Cristianismo; é Maniqueísmo. É mais do que heresia; é apostasia.



Tanto o amilenismo como o pré-milenismo são antinomianos em graus variantes. Eles ignoram a lei inteiramente, ou reduzem-na a uma moralidade meramente pessoal. Eles falham em ver a relevância da lei de Deus como o caminho de santificação e como a lei para homens e nações. Eles não reconhecem a lei de Deus como o plano de Deus para o domínio, para a autoridade e governo piedoso em cada área da vida. Essa atitude anti-lei garante a impotência e a derrota a toda igreja que a sustenta. Eles podem prosperar como conventos ou retiros do mundo, mas nunca como um exército conquistador para Deus.



O dever e o chamado do cristão é exercer os direitos régios do rei Jesus em cada área da vida. Embora o amilenismo dê aderência formal ao mandato de criação, isso é simplesmente uma tradição em termos de sua ancestralidade reformada. A aderência é formal e sem sentido, pois o amilenismo, tendo afirmado a certeza do declínio e da derrota, não pode afirmar efetivamente um chamado ao domínio.



[Alguns traços comuns do amilenismo e pré-milenismo]: Ambos consideram as tentativas de construir uma sociedade cristã ou promover a reconstrução cristã como inútil ou errada. Se Deus decretou que o futuro do mundo é um espiral descendente; então, de fato, a reconstrução cristã é fútil.



A posição amilenista, teoricamente, sustenta que há um desenvolvimento paralelo do bem e do mal, do reino de Deus e do reino de Satanás. Na realidade, o amilenismo sustenta que a área de maior crescimento e poder está no reino de Satanás, pois o mundo é visto numa inclinação progressiva à decadência, seguindo o curso de Satanás, o aumento das provas e tribulações da igreja, e o fim do mundo encontrando a igreja solitária e dolorosamente assaltada.



[Para os amilenistas] A lei de Deus é irrelevante, pois não existe nenhum plano de conquista, nenhum plano de triunfo no nome e poder de Cristo. Na melhor das hipóteses, a lei de Deus é um plano para a moralidade privada, não para os homens e as nações em todos os seus aspectos. Não é surpresa, o amilenismo produz uma perspectiva escapista e fechada, uma igreja na qual os homens não têm nenhum pensamento de vitória, mas somente de intermináveis discussões sobre questiúnculas. Ele produz farisaísmo de homens que crêem que os eleitos estão num mundo em direção ao inferno, e são uma elite seleta que deve se retirar da futilidade do mundo ao redor deles. Produz o que pode ser chamado uma Igreja Ortodoxa de Fariseus, onde o fracasso é uma marca de eleição.


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