12.3.17

O REINO DOS CÉUS TOMADO À FORÇA: O QUE SIGNIFICA “VIOLÊNCIA” AO REINO DOS CÉUS?


O REINO DOS CÉUS TOMADO À FORÇA:
O QUE SIGNIFICA “VIOLÊNCIA” AO REINO DOS CÉUS?

E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
Mateus 11:12 (ACRF)

Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele.
Mateus 11:12 (NVI)

Estas palavras descrevem uma enérgica corrida das multidões da Galileia e Judeia para ouvir a pregação de João Batista. A ilustração é de uma cidade atacada por todos os lados por combatentes ansiosos por tomar posse da cidade e conquistar os despojos.

Tomar a força, ser violento, o que significa? Significa o zelo impetuoso de agarrar o reino dos céus.

Alguém com muita sede não beberá água suavemente, mas com grande desejo. O mesmo com a fome e com a sobrevivência.

Na analogia de guerra: "tomar a força", ilustra que na antiguidade havia uma forte motivação de saquear os despojos de uma cidade conquistada. Na doutrina de guerra sempre existiu a incursão violenta, com vontade e rapidez, seja pela busca de terreno, bens, glória ou outro desejo impulsionador.

Na linguagem profética quer dizer, buscar o reino dos céus com ânimo verdadeiro, coragem, zelo impetuoso, forte vontade.

Desde os dias de João Batista, que deu testemunho público da aproximação do Messias, a pregação que levava ao arrependimento e fé, a busca pela verdadeira paz, libertação, perdão e bem-aventurança trouxe uma nova movimentação de Deus em direção aos pecadores; a conversão dos gentios.

As multidões reuniam-se ao redor de João Batista e depois ao redor do Senhor Jesus Cristo e dos apóstolos. O reino da graça está no meio do povo, a dispensação do evangelho com grande poder chegou com mais força para os gentios.

Multidões foram alcançadas pelo ministério de João e se tornaram seus discípulos. O fervor e o zelo desse povo justifica a ilustração da violência. O que Jesus ensinou sobre negar a si mesmo e carregar a cruz.

João Batista é um exemplo de abnegação e seus seguidores faziam o mesmo, contrariando o mundo para alcançar as coisas celestiais. Perderam o mundo todo para ganhar a alma.

O que Paulo ensina sobre “mudança de mente”, não contentamento com o mundo. Isto é esforço, zelo impetuoso, violência.

Multidões seguiram João, Jesus, os apóstolos, e seguiam como se estivessem prestes a tomar o reino dos céus pela força.

Embora o texto possa ser aplicado a pecadores individuais que buscam o Evangelho, aqui é um registro de multidões reunidas ao redor de Jesus e de João para ouvir o Evangelho e abraça-lo.

Você lembra como você ouvia o Evangelho no começo de sua conversão? Pare um pouco e lembre. Havia grande expectativa? Coração aquecido, desejoso de conhecimento e por obtenção das coisas celestiais, com zelo e fervor? Com lágrimas?

Zelo sem fervor torna a pessoa num fariseu, fervor sem zelo torna-nos entusiastas vazios; fogo de palha.

A Palavra é um martelo que quebra uma pedra. Não há nada mais duro do que um coração de pedra, mas o Evangelho pregado com o poder do Espírito traz vida aos mortos em delitos e pecados, dá visão ao cego, faz com que os surdos ouçam, faz com que inimigos ferozes de Deus tornem-se amigos e filhos, transporta pessoas do poder do inimigo para Deus; das trevas para a luz, liberta os cativos.

Esses novos desejos celestiais fazem com que pessoas fracas, pecadoras, desprezadas enfrentem perseguições de seus inimigos, façam corajosa oposição, contrariem o mundo, censurem, intimidem seus antigos mestres anticristãos.

No contexto de Mateus quem eram os zelosos impetuosos que sofreram grandes mudanças em suas vidas? Os publicanos, prostitutas, todos os tipos de pecadores e gentios, todos os intrusos para os judeus e para o Império Romano. Pessoas perseguidas, mas impetuosas. Pessoas com coragem de perder a vida para ganhar o céu. O martírio não somente é uma violência por parte dos executores, mas o testemunho mais forte da fé; o zelo impetuoso de não negar a fé e agarrar violentamente o céu. É uma força contagiante, uma semente poderosa quando esmagada.

A justiça de Cristo, a justificação pela fé, arrebata violentamente o pecador para longe da ira de Deus, acha o perdido e livra-o das mãos do Inimigo. E após a justificação os pecadores amam ardentemente a Lei de Deus não em busca de salvação, mas por gratidão, por desejarem maior comunhão com Cristo, com paixão, com zelo e fervor. Renovemos nossa força para tomar a força o reino dos céus, todos os dias.

R.M.Menezes